Na borda da janela

E lá estava eu de novo

Na borda da janela, pintada por minhas mãos

Relembrando nossos tempos

Nas doces ilhas britânicas de hoje

E tentando recordar seu doce, doce rosto

Sua pura, pura imagem

Sob a luz da fogueira

Através do nosso invisível fogo vermelho

Todas as promessas que você havia feito a mim

De que me resgataria no século 21, novamente

Hoje ainda estou aqui

E nada disso aconteceu

Eu resgatei o seu amor

Eu salvei o nosso povo

Eu aniquilei todo o seu sentimento por mim

Eu congelei nossas raízes

Eu matei a nossa paixão!

Nós dançávamos juntos

Co-criávamos com os deuses

Magníficos símbolos de poder

Para que apenas alguns pudessem compreender no futuro

Você viria linda e loira, de olhos claros

Mas não morreria antes da hora

Você viria a mim como uma profecia mais que acertada

E não como uma lenda em minha mente

Viria palpável e cheia de vigor

Viria perfumada com o mais doce sabor do orvalho alquímico

E jamais teria me entregado a sorte de tantas outras por ai!

Você viria me curar

Terrenamente

E não em arquétipos

Você iria materializar o som de seus lindos ensinamentos em meus ouvidos e em cada átomo de meu corpo!

Eu te esperei

E nada de você!

Seu pai disse que eu fazia mágicas em você

Que todo o seu sangue transformava-se em seiva cósmica ao pensar em mim

Mas você estava tão longe

Você sempre esteve tão longe

E eu aqui

Sozinho e sem ter você

Caluniado e incompreendido

Viciado e amedrontado

Julgado e transfigurado

E essa era a vez de você me resgatar

Grande Menina Perfeita dos Celtas!

Eu tive carícias e levianas considerações

Eu resgatei dores e ofensas para me auto-consolar

Eu tive caminhos decididos de última hora

Eu tive apelos e elogios

Tudo vindo de mim

De meu doce coração de menino que somente pensava em você cada vez mais!

Disseram-me que você se partiu

Eles me ensinaram maravilhas

Eles me marcaram com cicatrizes

Espero que eu possa sorrir como a um espelho de meu Velho Sábio

Espero que eu possa lhe rever

Em qualquer um destes acordes da Sra. Eternidade

Eu perdi o direito de te amar

Quando a joguei na fogueira que eu pensava ser Santa

Eu toquei todos os instrumentos errados

E desprezei seus pedidos de piedade

Eis que então você ascendeu aos Céus

E eu pairei sobre um campo de mármore negro, liso e entrecortado por camadas de carvão!

Por mais surreal que isso tudo possa parecer

Eu não deixei de ser eu mesmo

Ainda

Eu ainda carrego em mim as marcas de todo o seu amor

Mas não sei o que você anda fazendo aí de cima com o meu coração!

Você tratou de perturbar minha doce transição de homem

Você plantou sentimentos eternos

E sem pedir permissão foi embora

Você disse que eu um dia seria um Rei

Um Grande Rei

O Grande Rei

Mas nada disso se deu

Sempre disse a você

Que apenas queria seu amor e nada mais

E de que lembrava-me de você em outras épocas

E que só queria o seu amor de volta

E nada mais.

Você me fez pensar que eu poderia ser ainda mais iluminado

Você me fez atrair todos os meus medos de volta

Para purificar-me definitivamente

E então ter você, para sempre

Perdi a mim mesmo

Perdi minha alma

Perdi parte de minha vida

Você sumiu

E eu continuo no escuro...