Sereia azul

No penedo da saudade a sereia espraia a sua dor.

No horizonte marinho, naquela atmosfera infinita...

Suspensa sob um sol inusitado

De uma manhã de Inverno, cálida e terna,

A voz doce da sereia entoa o seu canto

Numa melodia lúgubre e nostálgica levada

Por uma brisa suave e aromática que sopra,

De mansinho vinda do mar.

Mostra o seu rosto em mutação,

Onde o brilho se acentua no olhar...

O vento começa a gemer nas dunas,

O mar cava e as ondas erguem-se sem pudor,

Ribombando contra a praia.

A sereia submerge nas profundezas do seu cativeiro.

Chorando baixinho a sua solidão,

E o marinheiro que a prendeu e deixou.

Isa Castro
Enviado por Isa Castro em 27/01/2007
Código do texto: T360650