Guarida à Poesia

Eu não sei escrever nada por escrever,

Por isso eu escuto o planar das folhas

De outono resguardando os jardins,

Para a estação da névoa fria, orvalho...

Aquecendo a poesia, sublimando o olhar!

Enquanto o céu borda o mar

E as pedras são esculpidas pelas ondas,

O pensamento voa buscando o birô

Lá onde o abraço planta harmonia,

O beijo semeia sentimento... Desnudo!

Em voo solo,

A caneta tinteiro embarca em sua nave

Alquimiando lágrimas, reverenciando quimeras

Altivas ao banho de lua erguido após o crepúsculo

Que não trouxe só a noite e deu guarida à poesia!

Oh! Noite de todas as letras,

Faça desta dor somente saudade,

Meu sentir pulsar em clave de sol

Entre violinos e clarinetas,

E pelas cordas de um coração cheio de amor!

Da alma, quero a cor,

Da luz, quero o perdão!

Auber Fioravante Júnior

2/04/2012

Porto Alegre - RS