Tua falta

O que mais incomoda, molda na saudade,

Que se instala e cala na ausência de ti.

São noites de lembranças na docilidade,

Com as miragens revestidas num organdi,

na fosforescência do corpo nesta solidão.

Indiferente agora a lua passeia lá fora,

Vem assistir aos desejos órfãos exalados,

Fragmentados e gerados na tua demora.

Consola-me teus cheiros aqui impregnados.

Cada parte da casa uma lembrança morta

que testemunha a procura desordenada.

Como a camisola pendida atrás da porta,

Ausente do corpo é apenas peça pendurada.

São estas lembranças vazias com melancolia,

Que ora se revestem em verdades tão cruas

Que dilaceram as horas nesta noite vazia.

Quando no meu peito vazio, tu te perpetuas.

Toninho

02/06/2012.

O tempo não para!

Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo. (Mário Quintana)

Toninhobira
Enviado por Toninhobira em 09/06/2012
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