Sombras
Qual pássaro fugitivo,
em voo errante,
vivo desnorteada.
Prendo imagens ao pensamento.
Persistem as sombras, muitas delas.
Ao meu redor, um imenso vazio.
Provocam-me tremores
tantas ausências.
Tento afastar da minha saudade
todas as canções do que não foi.
Presa às lembranças,
seguro imagens, sombras.
Avalio perdas, silêncios...
Degladiando com as dores,
purifico-me, cresço, evoluo.
Faz-se imperativo afastar de mim
a revolta e todo o amargor.
Quem sabe, assim,
eu possa eliminar,
da minha vida,
as sombras nefastas,
o não ter, perto de mim,
presenças tão queridas
e a tristeza das horas.
Copyright © 2012 by Lou Correia
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