MEU VELHO

Meu caro, dentro de você

Soluça um velho sem ilusão

Há sua feição resignada

De quem já cumpriu a missão

Nos seus olhos, meninas pulam amarelinha

Meninos doidos rodam peão

Mas há o tempo escorrido no teu rosto fino

Há suas mãos trêmulas que pedem perdão

A voz embargada, laivos de arrependimento?

Um corte de vidro, feridas no coração

O bolo de milho, rugas fundas

Há um soluço escondido no aperto de mão

A vida que se acaba, indiferente

Um trem parado na estação

O passo vagaroso, vacilante

Há um sino, uma prece, uma canção

Um último pedido a Deus

Uma lágrima teimosa, uma oração

O homem se esvai no fim da lida

Há a ausência da vida e solidão!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 12/02/2007
Reeditado em 05/08/2014
Código do texto: T379205
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