Tarja

o sol tatuava uma tarja dourada

em meus olhos quando pelo espelho

vi a estrada se afunilando

e de tão estreita foi engolindo

o caminho de volta ao seu colo,

a sua companhia e também a tarde

só não devorou meus olhos por piedade

pois quando a saudade incomodar

é para o mesmo espelho que vou olhar

não pra lembrar de sua estrada

mas de sua essência que colore

minha íris quando chovo

mesmo da outra ponta do arco.

Marina Mara
Enviado por Marina Mara em 14/02/2007
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