Pecado (saudade)
Pe(s)car
Nossa saudade não compreende o espaço
em que nos encontramos agora
tu me querias levar, pelas águas
para ficar perto de ti
havíamos combinado. Teu ciúme
transformou minha liberdade:
Tenho ainda mais desespero em voar
se não me engano, estás intermediando
aquilo que houve de breve entre
eternidade e clausura;
como uma carta aberta em abrupta
complacência.
Roubei a carência de outros homens
para construir um trono,
sugar o leito da impossibilidade:
Nós perdidos dentre as vaidades
tentando preencher as horas que
não nos cabe mais, tu morreste,
herdei o encontro a qualquer hora e a dúvida
Quem me garante que foi real?
Porque inexiste data e espaço
no deserto da saudade adiantada
desde que nos vimos a primeira vez,
Não importa quantas humanidades existam
os olhos diferentes sempre se reconhecerão.
a gente só vai perdendo a coragem
de encarar, de fato
aqueles que permanecerão.