BRUMAS DA SAUDADE

BRUMAS DA SAUDADE

Jorge Linhaça

Nas brumas de uma saudade

caminhamos, olhar enuviado

algoz sofrer, no peito forjado

a arrefecer a amorosidade

Nevoeiro denso do sentimento

cativos sonhos já distantes

navalhas a nos ferir constantes

gritos de almas em desalento

E nas brumas queremos ver

vultos informes do desejo

nossas mãos estender, prender

entre os dedos, o gosto dos beijos

mas, distantes vemos morrer

os vultos silentes, sem pejo.