Fluxos da Saudade

São cânticos de amor

que ecoam em solidão

e é dorida a sensação

desse vazio platônico;

que até me deixa atônito

e rasga o peito em poesia

pela luz da noite em ditoso dia

e, então me recolho e me calo.

São carências de sua ternura

qu’em minh’alma perdura

e é intrincado o meu sentir,

chegando a ser lapónio;

em festa no pandemônio

que desce a alma aflita

em busca de um salutar

em busca de se curar.

São complexos dos reflexos

dos espelhos assim distantes

daquele amor de antes

que afagava-me aos montes;

mas chega a ser melancólico

e deixa meu ser abúlico

no meu jardim hemicíclico

que adentra em ares eólicos.

E a cada dia eu tento me conter

mas, é um flagelo que agride o ser,

esse estar distante de você

esse sentir que é um esmorecer.