PÁTINA

No ocre do tempo

há natural

oxidação.

Teu verniz,

grossa demão,

insiste em brilhar,

desafia o ar.

No bolor da velhice

enconde-se a matiz

de seu olhar.

Caiu, descascou;

a porcelana da cútis

sai em fuga

e dá lugar às rugas.

Envelhecemos

em uma trajetória

suicida.

No ocre do tempo:

o acre da vida.

Marcelo Lopes
Enviado por Marcelo Lopes em 04/12/2012
Reeditado em 14/04/2013
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