A LÁGRIMA

Concha de prata ! Beijo que fascina

A mágoa do viver que se esmaece.

Esfinge do sofrer tão cristalina,

Pétala da alma cinzelada em prece.

Lágrima argêntea ! Flor que vaticina

Todo o sonhar que o coração floresce,

Berço que embala uma ilusão divina,

Para segar do sofrimento a messe.

Esta brasa divina e amortecida

Da fogueira vivaz da nossa vida

Crepita, quando as ilusões se vão.

Realejo da dor sagrando idades,

Sacrário embalsamado de saudades,

A lembrar-nos que temos coração.

Poesia fornecida pelo blóg da Casa do Poeta de Campinas

Camilo Guimarães
Enviado por J R em 18/12/2012
Reeditado em 18/12/2012
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