MAIS UMA SAUDADE

Há dias que não terminam

Param no meio e não se movem

É como se não tivessem fim

Nessa agonia dolorida

De ver o anoitecer

Para dele se esquecer

Como imagem perdida

É assim a minha dor

Num labirinto de saudade

Que ficou de ti, guardada

Como figura morta, dependurada

Na parede da alma

Inerte, calma

Ali, desbotada

E com ela, vem a desilusão

Na frieza do quarto sombrio

O aperto no peito, o suar frio

A angústia amarga, vazia

Que sempre me faz companhia

Quando penso em ti

E o dia não passa. É mesmo lento

E em cada minuto, em cada segundo

Vejo-te em meu pensamento

A seguir-me como cão amigo

No lembrar do que vivi contigo

Tento apressar o tempo

Para aliviar meu sofrimento

De tua saudade que é meu abrigo

10/03/2007

Paulo Gondim
Enviado por Paulo Gondim em 10/03/2007
Código do texto: T408344
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