AVENIDA DA SAUDADE

AVENIDA DA SAUDADE

De: William Vicente Borges

Pirotecnizando a avenida da saudade

Que de tão atroz é tão saudade

Que de tão infinita,Nunca acaba.

Avenida com ladeiras íngremes onde

Cada passo revela mais do que esconde.

Apercebo-me que vou definhando como

Lenha na fogueira das festas medievas.

Como não me dei conta dos contos

Que não escrevi no coração

Mas que foram impressos pela prensa

Dos momentos que achei bem vividos

Mas que na verdade eram mal entendidos

E quem me dera poder não me arrepender agora.

Esta avenida me arrepia a cada passo

Não quero que me sigam pensamentos

Que a muito foram banidos de uma alma

Ferida e que agora vejo mal curada.

O presente passa por mim e parece

Não me acompanhar, anda em descompasso.

Mas não vou me atrasar para vida,

De jeito nenhum.

E neste show de visões e revelações

Da mente sã e do coração teimoso

Caminho, sem correr. Agora não posso mais.

E os que andam ao meu lado parecem

Ver-me em câmera lenta. Mas não.

Sou Apenas caminhante pensante seguindo

Em frente sem querer chorar mais. E não vou.

A avenida tem fim sim. Agora vejo. Não a saudade.

Ela cresce com o revoar do pássaro azul

Que acompanha a jornada sem cantar

Apenas observa aonde tudo vai parar.

Mas eu já sei. Tudo está escrito no livro.

Quem me deu o primeiro empurrão

Na avenida sabe até aonde irá me levar.

Então saudade vem comigo. Sem problemas.

Sou eu que te faço companhia. Sou eu que

Na verdade dito a passada e não você.

Sou eu que domino sobre ti. Atribulada!

Meus sorrisos continuam, minha alegria

De caminhar é maior que seu desdém.

Então. Contente-se em me ver feliz.

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