ÁS ÁGUAS DE MARÇO

Saudade sei bem que é, a longevidade dos dias, o não frear das lágrimas, "é o fundo do poço, é o fim do caminho, no rosto um desgosto, é um pouco sozinho", é a necessidade de não livrar-se dela, agarrando-a, prendendo-se a ela como quem sabe que perder o vazio é empobrecer-se de si mesmo...

Mas é que saudade não preenche vazio nenhum, e o coração fica, assim como rosa ressequida, que até mesmo ás águas de março dá trabalho para restituir-lhe o viço...

Saudade é ainda, um pouco de esperança, e enquanto esperança, uma espera. Que venham então, as águas de março, restituir o viço, da rosa ressequida, que mesmo quase morta, ainda guarda no caule, resquício de vida!

Silere Tacere
Enviado por Silere Tacere em 11/03/2013
Código do texto: T4182908
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