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FOGÃO DE LENHA
(Fogão a lenha)
(Sócrates Di Lima)

Eu me lembro, como a saudade me tenha,
Era menino, sentado no chão,
Ao lado do fogão de lenha,
Me aquecendo do frio naquele fogão.

Mãinha fazia um café quentinho,
Com biju de tapioca,
Era feito com carinho,
Da farinha da mandioca.

Ela fazia bolo de fubá,
Brevidades em estoque,
Broa de milho e chá
Leite "das vacas" do Perin Roque.

Sentados ao redor da mesa,
Numa cozinha com e mesa  enormes,
Sempre tinha surpresa,
Minha mãe bahiana nos seus conformes.

Café feito no coador de pano,
E no bule colocado,
Eu não me engano,
Era moido na hora no dia anterior torrado.

Aos domingos era só alegria,
A comida toda era feita naquele  fogão,
Eu ficava olhando e nada dizia,
Porque mãinha não deixava em nada por a mão.

Ficava ali babando,
Sentindo aquele cheiro de comiga caseira,
O estômago roncado,
Não era brincadeira.

Quando ela saia de perto,
Para ir buscar a  lenha no porão
Com uma colher de pau eu era esperto,
Queimava a mão, mas não passava vontade não.

A casa era grande de ponta a ponta,
Pois tinha muitos irmãos,
E o fogão de lenha dava conta,
Era farta a alimentação.

Ah! Que saudade me dá,
Daqueles tempos sadios,
O alimento era natural como o fubá,
E assim foram anos a fios.

Mungunzá,Sarapatel, tudo feito com carinho,
Muita comida forte mãinha fazia, 
Mas tinha que esperar painho
Que chegava em casa ao meio dia.

Hoje não vejo mais o fogão de lenha,
Nem aquela comida feita com tanto amor e muito mais,
Mas que a saudade sempre mantenha,
As lembranças daqueles tempos que não voltam mais.



O Tradicional Fogão a Lenha


Um artefato antigo, ainda muito usado no interior do Brasil.Postado em 25/01/2011
Cozinhar no Fogão a Lenha ainda é mais comum do que se imagina... Um fogão de lenha, fogão a lenha ou, ainda, fogão caipira, consiste em um utensílio culinário utilizado para preparar alimentos. Esses fogões são muito comuns na culinária caipira dos estados de São Paulo e Minas Gerais. No Rio Grande do Sul e Santa Catarina também são amplamente utilizado, sobretudo nas áreas rurais.

Várias receitas são preparadas nesse artefato, variando conforme a cultura local, indo desde o famoso tutu à mineira até a cuca gaúcha.

História

O nome primitivo dado pelos índios Timbiras e Tupi-Guaranis ao fogão a lenha que utilizavam, era Tucuruba. Nesse artefato, fogo era feito em um buraco construído diretamente no chão, protegido por algumas pedras. Sobre essas pedras se assentavam as vasilhas de barro e cerâmica. Com o passar do tempo, esse fogão foi sendo modificado e, pelo sabor singular que deixa no alimento, passou também a ganhar espaço nas cozinhas das casas dos bandeirantes.

 


Durante o período escravista, eram feitos em grandes tamanhos, para que fosse possível se cozinhar grandes quantidades de comida para abastecer as senzalas. Fogões menores eram destinados a elaboração de assados, pães bolos, pudins e compotas das casas dos senhores. Com o tempo, esse artefato caiu em desuso, sendo substituído pela praticidade proporcionada pelos fogões e fornos a gás, ficando seu uso mais restrido às áreas rurais.

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Apesar do declínio no uso desses fogões na áreas urbanas, esses fogões voltaram a ganhar destaque, sobretudo nas habitações construídas para o lazer, como chácaras e ranchos devido, sobretudo, ao sabor único do alimento preparado com lenha, com isso muitos restaurantes passaram a oferecer a tradicional culinária mineira, apresentada em fogões a lenha contruídos no meio dos restaurantes.

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Uma pesquisa revelou que na zona rural de Minas Gerais 96,9% das casas usam fogão de lenha. Foi a partir desse dado, que a Emater-MG decidiu criar um novo projeto de fogão que não esfumaçasse a cozinha, economizasse lenha e cozinhasse as refeições com mais rapidez. Foi um sucesso! Seguindo o esquema do fogão aprimorado pela Emater não há perigo de errar.

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Talvez, construir um fogão a lenha não seja tão fácil para quem não conhece e nunca viveu esta experiência, mas apesar disso, se você ainda não experiementou alimentos preparados nestes fogões, vale a pena descobrir este novo sabor!

Veja abaixo o material necessário para o fogão projetado pela EMATER:

- 500 tijolos
- 1 saco de cimento ( 50 kg)
- 118 litros de cal em pó
- 200 litros de areia média
- 85 litros de brita zero
- 320 litros de terra argilosa
- 1 forno de chapa (50x35x35cm)
- 1 chapa de ferro fundido ( 3 furos, reduções e tampas)
- 6,16 kg de chapa de ferro 16 dobrada
- 1,50 kg de ferro-cantoneira 1 ¼ (1m)
- 450 g de cano galvanizado 3/8
- 15 cm de caibro (4x8)
- 4 m de ripa (1x4)

Primeiro Passo

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As lajes de concreto, com espessura de 4 cm, devem ser feitas com 8 dias de antecedência. As lajes A e B são com os ferros para concreto , e as C e D com arame farpado.

O vazio da laje D será do mesmo tamanho da chapa de ferro. Deixe dentes nas bordas, para a chapa não ficar ressaltada, e folga de 0,5 cm em volta da chapa, para dilatação . Pregue nos cantos pedaços de ripa para que o esquadro não fuja. Prepare o local da construção.

Segundo Passo

 

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Assente os tijolos até a sétima fiada. No respaldo da sétima fiada espalhe argamassa e assente as lajes A e B, com as faces na posição que foram moldadas. Observe o vazio onde ficará a grelha.

Terceiro Passo

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Disponha os tijolos em cima das lajes . Os tijolos da grelha , em espelho , ficam separados 1,5 cm um do outro. E também nessa fase que se pode assentar a serpentina pra aquecimento de água.

Quarto Passo

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Chumbe ferros-cantoneira na parede do fundo da caixa do forno, que colocada como uma gaveta , correndo nas cantoneiras. Deixe 7 cm por baixo do forno. Fornalha: deixe 33 cm para a largura da fornalha, assentado os tijolos das laterais a 16,5 cm de cada lado do eixo longitudinal.

Os tijolos são assentados em espelho , formando paredes duplas (com vazio de 2,5 cm) nas laterais. Para melhorar a armação , assentar tijolos cortados em sentido transversal.

Faça revestimento interno para a combustão. Faça inclinação nas laterais internas , estreitando o fundo da fornalha para a largura da grelha. Para a argamassa use 18 litros de terra argilosa e 1,8 litros de cal em pó.
Quinto Passo

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Para a chaminé assente os tijolos em espelho, com abertura interna de 15x15 cm. Encha com terra, compactando, até 10 cm abaixo da conexão metálica. Dê acabamento cimentando sobre a terra, e deixe furo para a água de chuva.

Conecte a chaminé com a caixa do forno, arrematando na peça metálica com a mesma argamassa do item anterior. Continue a construção por mais 2,8m , e faça um chapéu de proteção contra a chuva.

Sexto Passo

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Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 16/03/2013
Reeditado em 17/03/2013
Código do texto: T4192644
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