NA HORA DO CREPÚSCULO

Volto pra casa na hora do crepúsculo

O dia morre devagar a minha volta

Nenhum vestígio nenhum rastro sequer da luz do sol

O que me cobre é o céu noturno

O que me observa é a lua tão intima de Armstrong

Eu caminho... nem só de poeira automóveis e pessoas se faz minha caminhada

Eu posso senti-lo...

Posso vê-lo...

Quase posso cheira-lo...

A cada quadra vencida La no fundo eu vejo o mar

E o mar me vê

E o mar sabe... ah...ele sabe

Oh mar eu não me esqueci de você tenha certeza

Eu lembro de todas aqueles dias...

Sei que deves estar se perguntando é esta toda aquela saudade?

Ao longe na linha do horizonte eu vejo tuas ondas e sinto...

O vento me traz coisas marinhas

Ares de Mob Dick...

Mistérios de Berlitz...

Atlântida mística e teimosa...

Eu não esqueci...

Eu sei

Eu sei...

Oh mar não posso ir ate você agora

Simplesmente não posso...

O que a distancia não separa o cotidiano aparta

Você pode entender isto?

Se puderes me conta como...

Por que nem eu entendo...

Certa noite entre lagrimas eu te contei uma estória

Sei que ela ainda esta ai vagando no rugido de tuas ondas durante as tempestades

Quando em terras mais distantes sabes quantas noites passei acordado pensando em você?

Só a insônia por traz de meus olhos...

E nem um caderno pra mim...

Nenhum poema...

Eu voltei... eu voltei velho amigo

Gigantesco e tolo oceano...

Eu tenho inúmeras novas estórias pra você

Vejo a vida em ângulos novos

Tenho agora pupilas verdes...

Eu voltei... acredite...

Apenas largue meu coração mais esta noite

E aguarde...

Na próxima tempestade...

No próximo nascer da noite...

Eu posso estar ai...

Vou voltar pra você.