A CASA DE PEDRA DA MINHA AVÓ

Não é possível a minha nemória ser ingrata

E não recordar aquela casa de pedra pura,

Tinha primeiro andar e era bastante fria,

Cortejava uma ribeira d'água cristalina,

Que corria nervosa sobre areia e cascalho.

Abraçada por latadas e trepadeiras floridas,

Recolhia o variado estrume no primeiro piso

Pr'adubar os bataréus de diversas culturas,

Abastecendo a casa com os mantimentos

Que se juntavam à broa e sardinha assada.

A sopa de feijão forte e abundante hortaliça,

Refeição frugal de muitas e fortes calorias,

Davam-me força e as bastantes energias,

Pra andar de bicicleta e nadar no ribeiro,

Descansando após, à sombra das carvalhas.

Belos tempos esses da casa da minha avó,

Divertindo-me com as judiarias pra arreliar,

E obedecia, indo ao correio e às compras.

Terminadas as longas férias de dois meses,

Meu desejo maior era regressar às aulas.

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 27/04/2013
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