SENTIDOS OPOSTOS
As árvores correm
Como verdadeiros brinquedos de plásticos
Que nunca morrem
Nestes mundos fantásticos
Pela janela do carro passam
Apressadas como se buscassem atravessar o tempo
E nessa constante corrida atravessam
Linhas fora do pensamento
Queria eu poder fazer algo semelhante
Esconder-me na dimensão da estrada
Procurando por uma entrada
Que sei jamais poder ser encontrada
O vento compõe sua sincronia
Em conjunto com a paisagem
Caminhando juntos, em plena harmonia
Parecendo por vezes uma miragem
A qual meus olhos não se acostumam
E regressam ao que já passou
Esperando que a própria história os consumam
Como um rio que já secou
Mesmo estando em plena floresta
Até os mais fortes morrem
Assim como tudo o que resta
Em mim
Em sentidos opostos agora
Correm...