MEUS QUERIDOS PAIS

É nestes tempos mais amargos que sinto a vossa falta.

Parece que o mundo encolheu e ficou mais pequeno,

Uma lágrima perdida e sentida me corre pelo rosto,

Em busca dum carinho dum afago que já não tenho.

Sei que nesse eterno repouso que Deus vos ofereceu,

Me observam e estão atentos aos meus desenganos,

Me encorajam a enfrentar meus inimigos, com calma,

E a perdoar aos amores disfarçados que me enganam.

São vocês, meus saudosos pais, a minha forte âncora,

Que me prende a esta vida, com coragem e firmeza,

Resistindo a tudo e a todos, sem nenhuma tibieza,

Construindo minha vida, sem fraquejar, nem vacilar.

Bens materiais que vocês me legaram de herança,

São hoje repasto de gente que me tirou esperança,

Deixando-me surpreso e desgostoso, ser humano,

Abandonado num caminho pedregoso, sem retorno.

Busco num amor impossível, carinho e firmeza,

Decepcionado fiquei por eu ter sido enganado.

Não posso amar e crer em falsas promessas,

Servi de moeda de troca por pseudo-poetas,

Penso na vossa ausência, meus queridos pais,

Preferia estar ao vosso lado, pra vos consolar,

Em vez d'aqui na terra, lágrimas eu derramar,

Enquanto eu nunca conseguir parar de chorar.

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 18/05/2013
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