MEUS QUERIDOS PAIS
É nestes tempos mais amargos que sinto a vossa falta.
Parece que o mundo encolheu e ficou mais pequeno,
Uma lágrima perdida e sentida me corre pelo rosto,
Em busca dum carinho dum afago que já não tenho.
Sei que nesse eterno repouso que Deus vos ofereceu,
Me observam e estão atentos aos meus desenganos,
Me encorajam a enfrentar meus inimigos, com calma,
E a perdoar aos amores disfarçados que me enganam.
São vocês, meus saudosos pais, a minha forte âncora,
Que me prende a esta vida, com coragem e firmeza,
Resistindo a tudo e a todos, sem nenhuma tibieza,
Construindo minha vida, sem fraquejar, nem vacilar.
Bens materiais que vocês me legaram de herança,
São hoje repasto de gente que me tirou esperança,
Deixando-me surpreso e desgostoso, ser humano,
Abandonado num caminho pedregoso, sem retorno.
Busco num amor impossível, carinho e firmeza,
Decepcionado fiquei por eu ter sido enganado.
Não posso amar e crer em falsas promessas,
Servi de moeda de troca por pseudo-poetas,
Penso na vossa ausência, meus queridos pais,
Preferia estar ao vosso lado, pra vos consolar,
Em vez d'aqui na terra, lágrimas eu derramar,
Enquanto eu nunca conseguir parar de chorar.