A palavra

Um vento breve, uma lágrima desfraldada,

um gemido prazeroso solto da minha boca ...

A saudade, a sede da palavra ...

Sinto a emoção no afago distanciado

Sinto o teu calor, a escorrer licor pastoso

no gargalo pranto da garganta.

E a palavra ausente e muda encontra na

brisa distraída a pressentida rota

e ao de leve, de mansinho, chega e me beija louca ...

E lá, no infinito negro da noite já branda

a palavra morde-me, aspira-me, suga-me...

A dor, essa, por momentos, estanca ... acalma!

A tua palavra ... sem palavra, afaga e beija a alma.

A alma, essa, reconhecida ... não chora ... canta, canta!

Mel de Carvalho
Enviado por Mel de Carvalho em 31/03/2007
Código do texto: T432252
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