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Gentil cidade que não perdoa franqueza,

Ao lado da Arcoverde tuas pedras antigas,

Chão firme que sustentava tuas barracas,

Testemunha da nobreza dos cortejos fúnebres,

Conhece todas as tuas bravatas:

Vida igual, em idades diferentes!

Vozes que murmuram maldizeres

À passagem de cristãos e de descrentes!

Terço na matriz, rosário no Largo sem sentido!

Água na calçada à tardinha, mas sem amigos.

Até a samambaia à rede armada na varanda me convida

E segreda que na rua as rodas não são de ciranda

E tampouco as bocas são para me beijar.