Registro de vida

E tropeço... Canto, pela janela da sala...

Na rede, na teia, me arranca, embrulha

Grito, me arde, arranha, revira... Por fora

Por dentro esborra, transborda, inunda, afunda os dias iguais

Congela, avança, pede calma, pausa...

Me acelera, pressa, atira, se joga, no peito de quem?

Mira os olhos... Um próximo poema, enquadra um amor bonito

Com moldura fina... Diz que é sina... Amores extraviados

Enviados prum outro dia

Ergue os olhos e me sente...

Por linhas tortuosas, rabiscos sem fim nem direção

Me diz do bom... Mas fala logo que ainda ando são

Me fala e me cala, do mesmo jeito... Mas rápido

Sem jeito nem gosto de ir

Que pra longe não dá

Pro beco de nós, enlaçando ou apertando nós

Num sufoco da noite mal dormida

Revirando o espaço do lado

Esquecido, feito recibo, já pago, no fundo da gaveta do armário

Pedro Hermes
Enviado por Pedro Hermes em 13/06/2013
Reeditado em 25/03/2015
Código do texto: T4339741
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