SAUDADE NÃO PEDE LICENÇA
O som de uma viola,
cheiro de mato no ar.
A lua, nascendo, consola,
alguém que só sabe chorar.
A noite chega e com ela,
uma solidão de matar.
Saudade vem pela janela,
não pede licença pra entrar.
Menina, vestido de chita,
foi por outras bandas dançar.
A mesma dança bonita,
que fez, de um Poeta, seu par.
Deixou, comigo, a incerteza,
não sei quando vai voltar.
No peito, uma imensa tristeza,
sem qualquer brilho no olhar.