Quando a Morte Ceifa

Algumas vidas que passam

e as mortes ultrapassam

todos os sentimentos tidos

todos os carinhos idos

de um ente que parte calado

à sua senda para o outro lado

e o que ficou foi só nostalgia

e que levou foi lembrança de um dia

onde era fácil aquele abraço

agora tudo se demora em laços

já desfeitos e é um direito meu

poder chorar sobre o que aconteceu.

Lá vem a morte toda egoísta

tirar da gente o sorriso simplista

e o que ela deixa é uma tristeza algoz

e a recordação é o que sobrou de nós;

foi bela a estrada mas, chegou ao fim

e o que eu amava ela tirou de mim

a fazer seus caprichos de mãe ceifadora,

a fazer seu trabalho de mãos de carrasco,

e o que fica a seu respeito é asco

pois, rouba o beijo do último suspiro,

para alguns inferno e outros paraíso

mas, se houver, que haja orações.

Algumas vidas passam e se eternizam

como um breve olhar no sol que se vai

e retorna infante a manhã d’outrora

e renasce o hoje no leito universal.

E do poeta um aperto ao peito

estendido em lágrimas no derradeiro leito

que guardou olores puros de uma rosa

que guardou lembranças do ombro que se foi.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 16/07/2013
Código do texto: T4390492
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