ENTRE AS NUVENS E AS BRUMAS

Nos dias secos e abafados,

Sem canção, sem poesia...

O rio dos dias passados

Traz, na sua corrente

De águas amareladas,

Os céus que abracei,

Os mares que beijei,

Os sonhos que sonhei...

Traz o rio, na sua corrente

Dos dias passados,

As águas amareladas

Das fugidias lembranças

Dos céus que me abraçaram,

Dos mares que me beijaram,

Dos sonhos que me sonharam...

Uma corrente de gestos entrelaçados

E de desejos correspondidos!

Quando a sua ausência

É tudo o que vejo,

Quando o seu silêncio

É tudo o que ouço,

E a vida é uma flor pendida

Sobre o abismo que se abre,

Entre as nuvens e as brumas,

Nos dias secos e abafados,

Sem canção, sem poesia...

O rio dos dias passados

Deságua no meu oceano

De águas turvas, paradas...

E minha alma se afoga em nostalgia!

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 04/08/2013
Código do texto: T4419004
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