Lua de Botafogo

É o conhaque, Carlos,

e essa Lua de Botafogo

que machucam o coração da gente.

Aqui da varanda, eu ouço o mar.

Por onde terá andado cada onda?

Que mensagem algum outro naufrago

terá me enviado?

Em qual porto ficaram

os barcos e os amores

não retornados?

O homem abandonado no andar de baixo

logo ouvirá a Quinta Sinfonia.

Antecipo os acordes e a sua dor.

Apenas a saudade,

fez-se promessa cumprida.

Para a Musa Cristina de Almeida Rodrigues.