Desejo de um poeta

Onde andas que não a vejo mais na janela?

Nem mesmo o teu sorriso enfeitando a varanda

Costumávamos girar nas rodas em ciranda

E nas tardes de sábado estourar pipocas na panela

Encontrei numa gaveta um verso com teu carinho

De um tempo que deixou lembranças sem nada dizer

Para que eu possa algum dia na rua encontrar você

Dize-me por onde passas, qual é o teu caminho?

O último filme que vimos em “nosso” cinema

A música que tínhamos como “nossa” ouvida

A última jura de amor e a emoção sentida

Terna expressão emoldurada em um poema

Confesso que tudo ainda não havia esquecido

E me dou por convencido no silêncio inevitável

Tal lembrança me consterna tão adorável

Ainda que em saudade sinto-me aquecido

Se minhas palavras te encontrarem saudosa

Carente, sentida, feliz ou amargurada.

Saibas que o destino que levou a minha amada

É o mesmo que pode devolvê-la mais amorosa.

BHZ- 01/09/2013 - 12:40