A saudade numa lata de refrigerante
Não, ainda não.
Adormeça no meu peito
Óh saudade insistente.
Não, não me venha como um vulcão.
Arrasando minha cidade, derrubando minha casa
E matando os peixes do rio.
Ah, você veio como abelha,
Rodeando a minha lata de refrigerante
E eu aqui armando uma emboscada
Pra te prender lá dentro.
Não saudade, ainda não.
Não quero te ver voar a minha volta.
Nem ouvir o seu zumbido eloquente
Que atravessa e corta o frescor do vento alegre
Que tenta tomar o seu lugar.
Não, ainda não.
Adormeça na rede da varanda.
Vá ver o pôr do sol e me esqueça de vez.
Sou poeta demais para sua guerra,
Não tenho bombas nem bala de canhão.
Tenho apenas flores, lápis e papel em minhas mãos.