Soneto à minha velha infância.

"Quando eu era menino,

falava como menino,

sentia como menino,

pensava como menino;

mas quando me tornei homem,

acabei com as coisas de menino.

- I Coríntios 13:11.

Anos passaram apressados por mim!

Espalhando pedaços meus em terras distantes:

Modificando-me tanto que por instantes,

Nem percebi quando chegaram ao fim.

Deixei velhos sonhos no passado:

Antigas manias e brinquedos da infância.

Contudo, agora, busco na solidão da distância

Encontrar bons amigos que por lá tenham ficado.

Percorrerei campos molhados com cheiro de terra e flor,

Limparei a poeira de velhos livros e onde eu for

Cantarei aquela inesquecível canção de amor.

Retornarei a um tempo em que a pureza e ingenuidade

Não haviam sido corrompidas pela exacerbada sensualidade.

Há um mundo vívido guardado apenas em minha saudade!

Canindé, CE. 27 de agosto de 2005.