P R E S E N Ç A
Acho o que não acho,
Procuro o que não se procura,
Adentro o que não se abre,
Preciso de sua presença,
Preciso de seu suspiro,
Decido minha sentença.
Ao fechar de meus olhos,
Sinto o que não vejo,
Só percebo
Sua mão tocar a minha,
Bate-me o desespero,
Acaricia-me a dor,
Sinto seus lábios
Encostando, aquecendo
o meu,
sinto sua alma
colada a minha,
assisto em lágrimas,
a união de nós.
Abro os olhos
E já não estais,
Mas ainda sinto
Sua presença sair pela porta,
Sumir perante
Os olhos inconscientes
Da consciência.
Esconde-se
No fundo de minha mente,
Na sintonia diferente dessa madrugada
entre a dor e a realidade
- o único jeito
De te encontrar.