Saudade

Alguém avisa para a saudade

O quanto ela é cruel?!

O quanto ela faz doer o peito...

Alguém avisa, por favor!

Saudade tem nome e data cronológica.

Ou talvez nem tenha.

Talvez seja algo que doa, mas sem ter como explicar.

Então, a gente fecha os olhos

E pede para voltar no tempo.

Coisa impossível para nós humanos.

A gente sente tudo de novo.

Os abraços, os carinhos, as iluminações d’aura.

E sem que vejamos, a gente se ilumina de novo.

Delicadamente.

Gradativamente.

A gente vai se iluminando só de querer ter perto

Algo que já foi nosso.

Seja gente, seja momento.

E o coração se enche de alegria.

Saltita, saltita sem nem sair do lugar.

Saúda o dia, no raiar do sol.

Conta estrelas, no meio da noite.

Espera o luar brotar no céu.

Enche os pulmões com a brisa da manhã, o vendaval do fim de tarde.

E espera... Pacientemente.

Pela nova nostalgia.

Pelo breve momento de recordar.

De tentar captar no cosmos aquela parte que nos deixa saudosos.

A saudade é cruel, sim.

Malvada, por ser saudade.

Por ser só saudade, nada mais.

Mas, a malvadeza não é de toda tão crueldade.

Pois traz à alma aquele gostinho

De reviver a vida, pedaço a pedaço.

Um revival todo cheio de carinho.

Afinal só se suspira saudosamente por aquilo que foi bom.

E como recordar é viver,

Que vivamos nos realimentando

De pequenos fragmentos doces

De um viver quase perfumado.

Mas, avisem-na, por favor:

Saudade demais dói n’alma!

E crueldade demais é pecado!...

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 17/11/2013
Código do texto: T4574394
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