UM MONJOLO A BATER


Murcharam todas as flores da choupana
também os pássaros, partiram em caravana,
agora só esse silêncio, que nunca existiu...
A monotonia que meu rancho rodeia,
que encheu todo o meu vale de areia,
mas que nunca encobre esse imenso vazio...
Como essas palavras, foram embora
a bica já não murmura mais lá fora,
desde a tardinha que ela partiu...

Restaram tantas frutas, agora sem sabores,
e também um luar que já não tem cores,
o sol no ocaso, agora demora para descer...
Não sei se perdeu sua doçura, o mel,
mas já notei que seu fogoso corcel,
está se recusando a me obedecer...
Minha depressão tão rápida se eleva,
e minha alma mergulha numa treva,
a noite, ao ouvir o monjolo bater...

 
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 18/11/2013
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