Dois mundos

Mansamente deixou-me

fala pouca

voz rouca

sopro de angústia no ar

De tanto amá-la enganei-me

impossível segurá-la

estava longe

olhar no céu

Partiu como anjo

acenou-me com os olhos

(aqueles olhos clamantes)

desesperadamente amantes

da nossa cumplicidade

- nada ficou no ar

Nas nossas vidas marcadas

por longas jornadas

tentamos entender o que fizemos

no caminho até a indiferença

não era realidade – nossa forte crença

somente vaidade (ou maldade)

Nocauteadas (caladas)

sofremos e, mesmo continuando aqui,

partí, com a senhora entrelaçada.

22/04/2014

Rosalva
Enviado por Rosalva em 22/04/2014
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