À DERIVA

A folha seca que flutua no mar,
Como um lindo barco a navegar,
Vai tranquila ao sabor do vento,
Serena, parece não se importar.

Então eu a comparo com a vida,
E pessoas tristes e sofridas, que
Perdendo o ânimo e a coragem,
Não veem que a vida as convida.

Porque têm medo dos desafios,
De conquistar novos horizontes,
Se acostumam com a mansidão,
Vagando em sua própria solidão.

Envoltas pelas brumas do mar,
Temendo enfrentar mar revolto,
Não tentam viver seus sonhos,
Nem ancorar n'um novo porto.

Se entregam a total marasmo,
Vivendo sempre em monotonia,
E solitárias navegando à deriva,
Acabam por naufragar um dia.

Denise Alves de Paula
14.06.2013