Minhas Lembranças de Aimê

Tão confuso como ti,

e como tudo que vivi com ti,

são as lembranças dos nossos

ir e vir.

Eu que tanto te prometi,

ser melhor, mais forte,

mais qualquer coisa que ajude...

Eu fiz tudo que pude!

Mas no fim foi tudo desacerto.

No meu peito ficou esse constante aperto,

e sempre que me deito

de alguma forma eu te vejo.

Te vejo como um pedaço de mim,

como uma alma afim,

como fada sorridente, borboletando

como donzela do inferno, me esperando.

Sinto você tão perto,

em meu quarto ou qualquer lugar do mundo,

e no entanto você está tão longe,

separados pelo abismo mais profundo.

Você se foi

e deixou em meu coração o amor mais puro

que eu já senti, que jamais sentirei.

Você se foi, mas eu fiquei.

Amor perdido, desperdiçado,

amor sofrido, despedaçado,

amor partido, abortado,

amor sentido, amor calado.

Mas quando juntos, machucamos um ao outro,

e a distância caiu-nos bem, longe estamos

e longe devemos ficar.

Mas esse maldito coração insiste em lembrar.

Talvez não seja tarde demais,

mas ainda que não seja, deve ser.

Vamos sempre sair feridos dos nossos encontros,

somos dois prostituídos, acostumados a bater ponto

naquelas ruas de garoa e neblina,

nas suas e minhas esquinas,

na nossa louca e imprevisível rotina.

Você se foi

mas deixou um buraco em meu peito.

Você é quem eu nunca quis ver partir,

é a pessoa que eu insisto em não desistir.

E vai existir em todo som de piano,

no sopro do vento serrano,

no silêncio que antecede a calma,

vai existir para sempre em minha alma...

Vinícius Risério Custódio
Enviado por Vinícius Risério Custódio em 23/07/2014
Reeditado em 30/04/2016
Código do texto: T4892796
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