ALÉM DA ETERNIDADE
Olhava para as suas mãos
Enrugadas por memórias
Um semblante de histórias
E sentia-me tão criança
Lembro-me com orgulho e saudade
Das lendas que me contava
E como cada uma delas, assustava
Quase sempre a vizinhança
O lobisomem nas luas cheias
A caipora na mata fechada
A garota que a sereia levou
A filha da mãe d'água capturada
Lembro-me do teu arroz de côco
Do teu feijão em fogo de lenha
Das vezes, que mariscamos juntos
Ah! E que a nostalgia me venha
Idosa partiu, com quase um século
Deixando os seus, com muita saudade
Adorada avó, que Deus a tenha
Amaremos-te além da eternidade.
À nossa amada, insubstituível e inesquecível avó...
Romana Meireles Sales 03/10/1914 à 04/07/2014
http://poetaurbanoba.blogspot.com.br/2014/07/alem-da-eternidade.html