A centelha

Meu amor,

Ainda lembro-me bem.

Suas pequeninas mãos em concha sobre as minhas protegendo aquela delicada centelha.

E teus olhos do mais profundo verde instruindo-me em silêncio aos cuidados daquele delicado presente.

Aquela chama meu amor, saiba,

Eu fiz de tudo para mantê-la a salvo.

Eu a coloquei no lugar onde ela pudesse crescer e se incendiar ainda mais.

Eu tive forças para alimentá-la enquanto você me olhava e me dizia que tudo ia ficar bem.

Mas então você se foi.

E eu não sei dizer, meu amor, em que dado momento o vento soprou mais forte e a levou.

Sim, meu amor, eu cuidei do nosso delicado presente.

Eu cuidei com todas as minhas forças, eu lhe juro.

E me perdoe se tudo o que tenho agora são essas lágrimas que me escapam dos olhos e embarcam na lufada do mesmo vento que sucumbiu a nossa dádiva luminosa.

Talvez, esse mesmo vento carregue-as até onde você está agora e então, as gotículas do meu pranto repousem em sua pele e lhe desperte do sono que a levou.

Vinny Barros
Enviado por Vinny Barros em 07/08/2014
Código do texto: T4913836
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