QUANDO EU ME FOR
E quando meus olhos fecharem-se, beije-me a face, num gesto de
adeus. Pois jamais meus lábios, agora selados, beijarão os teus.
Afague-me os cabelos, enrole-os nos dedos,
aqueça-me a pele, sufoque meus medos.
Regue meus lagos, agora secados, com silêncio calado.
Grite plangente, ao fitar-me dormente, imóvel e finado.
Meu cheiro se esvai, só fica o das flores
bela vida, bela dor, bela ida, sem amor(es).