A saudade.

A saudade avança pelas frações dos segundos,
Agarrada à crina do desencilhado coração,
Cavalga-o em busca do maior amor do mundo,
O mais profundo, de incalculável imensidão.

E de tão grande lhe acompanha a loucura,
Deixando marcas de ferraduras pelo chão
E nesses rastros há indícios de doçura,
E de um amor que não se basta na razão.

Aos loucos se assemelham os amantes,
Por amarem tanto, com tanta sofreguidão!
Qual “puro sangue” em galope delirante,
Desvairado, alucinado, sem rumo, sem noção.

E a saudade nessa insana cavalgada,
Se torna a flecha envenenada da paixão,
Nesse galope o sentimento em disparada,
Encontra as parcas pradarias da ilusão!