SAUDADES DA FAZENDA

Quanta saudade da grande fazenda bem longe,
No meu sertão, pois era chamada sugestivamente,
Fazenda Barra do Exu onde havia tanto gado...
Vacas holandesas leiteiras deixando as crianças babando
Para todas sentirem o sabor na mistura do chocolate em pó.

Quanta fartura na fazenda desde o puro
Leite, umbuzeiro, pitombeira, azeitona...
Pois a cada balançada na planta caia
De montão para chuparmos sem nem lavar.
Ninguém adoecia nem dor de barriga sentia.

A fazenda era de um tio coronel rei do gado na época.
Para alimentar os peões em uma mesa comprida.
Família reunida sem preconceito alimentava-se juntos.
A noite escura iluminada com lampião até a
Criançada dormir, pois assim ninguém teria receio.

Histórias de assombração era a predileção
Dos moradores da região, quase sempre nas noites
Amedrontando a turma inteira ao ouvir falar
Do lobisomem, a mulher de branco em variação.

No momento de ferrar o gado chegado,
A porteira aberta, pois um capataz com o ferro
Em brasa encostava a ferradura na anca de cada um.
Escutava-se um chiado era a queimadura em cada animal.
A meninada da casa sofria com o pulo e dor sentida.
Iniciais do fazendeiro satisfeito com nova compra.

Tudo isso em tempo de férias, pois ninguém
Queria voltar para cidade querendo ficar na fazenda.
Até de jumento com cela as crianças maiores
Passeavam pelo campo verdinho na cor da esperança.
Certamente isso não faltava no tempo de ontem e hoje.

Todos cresceram não voltaram mais para lá.
Ficou no peito a lembrança dos dias vividos no lugar.
Cada um seguiu profissão diferente se distanciando
Para diversas capitais, mas tem dias em que a saudade
Maltrata o sertanejo que, viveu férias naquela fazenda.



 
Gildete Vieira Sá
Enviado por Gildete Vieira Sá em 26/11/2014
Reeditado em 26/11/2014
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