Minas...

Sinto, na abundância do mar infindo,

Imensa falta de sua ausência.

Vejo nos morros que vigiam a cidade

Um breve resumo das montanhas

Que imponentes oravam por mim.

Não vejo nos passos pessoas

Em procissão, mas apenas posses

De um tempo inexplicavelmente curto.

Tenho no peito o sabor da solidão,

Vejo passar por entre os olhos

O prazer dos perfumes campestres,

Esvaindo-se por entre os prédios,

Ficando distantes da lembrança.

E esta, então, como é dolorosa.

Queria no café uma manha

Menos cinza, queria café...

Queria a prosa e a praça, a torre

E a rua, toda nossa, toda nua.

Quão severo fui em cessar o garimpo

De esmeraldas, verdes lições

Do dia a dia das Minas brandas.

Quão criança sou nesta fome

De seu leite noturno, de seu

Seio afago, suas historias de coragem,

De luta, de suas noites em calma,

De tudo, tudo...

De Minas, de Josés e de Chicos,

De Silvas e compadres,

Chaves e Xavieres, suas forças sem a forca,

de vendas e outras tantas coisas.

Porque o mar ainda é tão triste?