Vasto Amor Meu

E o que poderia eu te dar?

Tudo o que vejo é azul do mar.

É fileira de saudade

Andando de par em par.

É tempo teu – perco eu.

E te dou sempre este amor,

Imensurável e imperfeito o meu.

E perco-me no verde do olhar teu,

Inocente e bom, amor meu.

E o que poderia eu te dar?

Tudo à minha volta é quase o que vejo.

E escrevo-te bilhetes molhados

Das águas desse vasto mar amor meu.

E engarrafados jogo-os eu ao Tejo,

Que é tão verde quanto o teu olhar.

Que é tão frio quanto tanto mar.

Que é tão vasto quanto tanto amor.

Que é tão tácito quanto agora estou.

Dorme, menino meu, filho do amor.

Desce as cortinas verdes – olhar teu.

E sonha! Livre, menino meu!

E sê menino com asas de condor!

Espalha sementes de sonhos!

E que nasçam todos como a mais bela flor!

Porque a vida… é um eterno semear amor.

E um incansável “desplantar” da dor.

Karla Mello

23 de Dezembro de 2014

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 23/12/2014
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