Ai de mim!
Ai de mim, que sofro sem teu amor!
Ai de mim, nessa solidão angustiante!
Impiedoso Eros que me disparou
Flechas ardentes e fumegantes...
Deus do Amor, que aqueceu meu peito,
Volta, sem demora, ao nosso leito.
Sinto mórbidos calafrios...
Desde que partiste, minha alma se consumiu...
Consumida por dores dilacerantes,
Minha alma está condenada ao abismo.
Nada mais é como antes...
Não contemplo mais o teu sorriso.
Teu corpo, meu santuário,
Foi proibido a mim...
Meu coração, que era o teu altar,
Tu conseguiste destruir.
Atormentada por lascivos desejos,
Sinto falta de tuas carícias e de teus beijos...
A saudade me corrói
E tua ausência me destrói...
Estou morrendo aos poucos
Nesse cruel desalento.
Vem saciar os anseios loucos
Que entrelaçam nosso pensamento.
Ou, finalmente, me deixe morrer...
Esqueça-me para sempre!
Como é penoso o meu anoitecer
Desde que te tornaste ausente...