Versos do Meu Uni-verso.

Versos que ficaram gravados no arquivo da minha memória, desde os tempos da minha infância e juventude. Seria de domínio público? Autores desconhecidos?...

Verso que a Maria do tio Francisco gostava de recitar.

Amanhã por estas horas,

Ninguém mais fala de mim,

Estou debaixo da roseira,

Na sombra do alecrim.

Verso que lavradores cantavam no eito.

Chove chuva miudinha,

Na copa do meu chapéu,

Antes chuva miudinha,

Do que castigo do céu.

Verso que minha mãe recitava e ria, ria e ria...

Morreu sozinho o Juca,

De choro morreu à míngua,

Seu corpo vai num caixão,

Numa carreta, maior à língua.

Verso que ouvi da minha querida tia Batana.

Quem me vê andar cantando,

Cuida que ando contente,

Eu canto é para disfarçar,

Não dar gosto a muita gente,

Verso que minha mãe gostava de recitar,

Com pena peguei na pena,

Com pena para escrever,

Com pena fiquei com pena,

Com pena de não te ver.

Verso que meu tio Vicente Afonso fazia galhofa.

Santo Deus que nome feio,

Juscelino Kubstschek,

Preciso muito de cheque,

Mas de Ku já vivo cheio,

Ainda do meu tio Vicente.Afonso

Meu filho não se case,

Com mulher que use leque,

São todas comidas velha,

Do bailarino Kubstschek.

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Lair Estanislau Alves.