A Eternidade

A tempestade não perdoa, a noite é gelada

A insónia assombra esta mente atormentada

Caneta que deslizas, porquê palavras de terror?

Serias a única a libertar-me da dor

Noite gelada, noite de terror.

Ó vento que segredas? Não entendo o que dizes

Serão palavras tenebrosas? Ou momentos felizes?

Ruídos da noite, abandonai minha mente

Ou assombrado morrerei, estou ciente

Vento o diz, vento o sente

Passado é enterrado, não mais retornará

Então o roçar na porta, nada representará?

Será um fantasma? Uma assombração?

Irá adormecer comigo? Uma perpetuação?

Assombro ou frustração?

Aquele rosto, aquele olhar ali, suspenso

Penetra-me a alma, o negro torna-se imenso

Na parede, o rosto é o teu e penso em ti

No vazio que sou, naquilo que senti

Medo que reflecti

Pesadelos numa pesada e sonolenta melancolia

E aqueles sonhos de tudo o que eu seria?

Os lençóis é o que persiste ao meu sofrimento

Eu, asfixiado nas trevas e afogado no desalento

Morre pensamento!

Tu, que me roças na porta, não entrarás!

Viverás de tentativas falhadas e morrerás!

Não serei teu escravo, seu parasita!

Não triunfarás sob esta força infinita!

Promessa assim escrita!

A morte nos separou, mas nos juntará

Assim como tu partiste, nada retornará

Juntar-me-ei a ti, na eternidade

O tormento morre, virá felicidade

Profunda insanidade!

Sérgio Peixoto
Enviado por Sérgio Peixoto em 08/01/2015
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