O Batente e a Coiceira

Como esse sertão

do Oeste das Gerais

é deserto.

Como coração sem conflito

Coração mineiro

como porteiras fechadas mas que se abrem

depois de uma boa prosa.

Batentes travados

Coiceiras emperradas

Doce sabedoria do silêncio

de um coração falante.

A barba coçada

O olhar além do corpo

repousa na alma

do mineiro obstinado

do mineiro minado de minas

Porteira fechada.

Alma de Minas.

Quando abre

já desperta certezas

surpresas de um espírito inquieto

O sorriso discreto

como rangido de porteira

se misturando ao bramido

de bois no pasto.

Em mato que não se come.

Em água que não se bebe.

O batente!

A coiceira!

Espera a força do boiadeiro.

que se abre em busca de outros sertões

dentro deste oeste imenso

coração de Minas.

Marco Antônio Pinto
Enviado por Marco Antônio Pinto em 03/02/2015
Reeditado em 12/05/2022
Código do texto: T5124930
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