O Batente e a Coiceira
Como esse sertão
do Oeste das Gerais
é deserto.
Como coração sem conflito
Coração mineiro
como porteiras fechadas mas que se abrem
depois de uma boa prosa.
Batentes travados
Coiceiras emperradas
Doce sabedoria do silêncio
de um coração falante.
A barba coçada
O olhar além do corpo
repousa na alma
do mineiro obstinado
do mineiro minado de minas
Porteira fechada.
Alma de Minas.
Quando abre
já desperta certezas
surpresas de um espírito inquieto
O sorriso discreto
como rangido de porteira
se misturando ao bramido
de bois no pasto.
Em mato que não se come.
Em água que não se bebe.
O batente!
A coiceira!
Espera a força do boiadeiro.
que se abre em busca de outros sertões
dentro deste oeste imenso
coração de Minas.