L07_P013_C1.jpg


ENGENHO MUNDO NOVO!
Odir Milanez
 
Quase nada me restou
da vida quando menino,
das imagens que o destino
do tempo modificou!
O que vivi se mudou
para o reino do passado.
Do meu castelo encantado
já não sei do paradeiro.
Chorei, pisando o terreiro
de um Mundo Novo arruinado!
 
O castelo da fazenda,
em meio à cana caiana,
o doce cheiro de cana,
como se fosse oferenda
a desprender da moenda,
maturando no melado.
Meu avô de braço dado

com vovó, no romanceiro!
Chorei, pisando o terreiro
de um Mundo Novo arruinado!
 
Cadê a cruz da capela,
cadê os anjos de barro?
Cadê dos santos o carro
conduzido com cautela?
Cadê de Rubens a tela
com Cristo ressuscitado?
A toalha de brocado
para a missa do vaqueiro?
Chorei, pisando o terreiro
de um Mundo Novo arruinado!
 
De seu telhado lembrei,
numa ripa pendurada,
de uma cobra acachapada ,
de que tamanho não sei.
O musgo tirar tentei,
mas já se havia alastrado.
Do muro alto, pedrado,
 um quase nada inda inteiro.
Chorei, pisando o terreiro
de um Mundo Novo arruinado!

JPessoa/PB
09.06.2015
oklima

Sou somente um escriba

que escuta a voz do vento
e versa versos à vida...
 

odirmilanez.blogspot.com

Para ouvir a música, acesse:
http://www.oklima.net

 

 
oklima
Enviado por oklima em 09/06/2015
Reeditado em 09/06/2015
Código do texto: T5271602
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.