PAI

Lembro-me ainda do teu cabelo

Tufos brancos de algodão

Alvas linhas de um novelo

Vasta seda em um suave zelo

Mente, riso e coração.

Rugas postas na face antiga

Realçadas em placidez

Musica em tom de cantiga

Eco altivo da palavra amiga

Brio, orgulho e sensatez.

Fostes, junto com a brisa mansa

Tal qual o vento da saudade triste

Boião de afeto que a alma alcança

Vós contida que na paz descansa

Presença impávida que em mim resiste.

Hoje conduzo meu caminho

Carregado na alegria que de ti herdei

Sob minha existência ficou teu carinho

Estando só jamais estarei sozinho

Pai, és muito do que eu ainda serei.

Homenagem a memória do meu amado Pai.

Ciro Bevilacqua
Enviado por Ciro Bevilacqua em 09/09/2015
Reeditado em 18/01/2018
Código do texto: T5375938
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