SAUDADE ÍMPAR
 
Quando a saudade açoitar e teus olhos rirem,
Não estarei ausente, sempre estarei aqui,
Apesar do raro tempo em minha história,
Deixaste sinais no melindre ao falar.
 
Semelhava um anjo, vindo de longe para me olhar,
O jeito meigo, o pensar vagaroso, bem leve,
Parecendo querer dizer tudo e não falar nada,
Como a insígnia, não maior que seu encanto.
 
Se a saudade tocar e teus lábios me virem,
Estarei presente, um sabor ubíquo, inconsequente,
Talvez, apenas uma lenda, nestes olhos que me ver,
Em uma névoa que se resile no teu doce hálito.
 
Quando a saudade se fizer leal, não estaria sozinha,
Pois ao teu lado, sem que intua, minha alma te acalenta,
Repartindo esse mundo do não mundo, o vácuo, o desejo,
Que não nos pertencem, mas nos alicia, sem pretexto.
 
Se a saudade bater nesta primavera que se arrasta,
Lembre-se das flores que te assemelha, das cores,
Refletido nas retinas, no brilho, dos teus e meus olhos,
Deixando tatuado essa saudade ímpar.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 17/10/2015
Reeditado em 19/10/2015
Código do texto: T5418141
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